Muitas vezes esperamos que nossos relacionamentos nos protejam das amarguras, das angustias da vida. Mas o amor é intrinsecamente instável. Então nós o reforçamos: estreitamos os limites, fechamos as aberturas e criamos previsibilidade total, tudo para se sentir mais seguro.
Porém os mecanismos que montamos para tornar o destino mais seguro, muitas vezes nos colocam mais em risco. O que é conhecido nos dá uma base, que talvez nos proporcione "paz doméstica", mas no processo, orquestramos o tédio. A leveza do relacionamento sucumbe sob o peso daquele controle todo.
Paralisados, os casais ficam se perguntando sobre o que aconteceu com o divertimento, com a excitação, o assombro.
O desejo é alimentado pelo desconhecido e, por isso gera ansiedade. Nossa disposição de aceitar esse mistério mantém o desejo vivo.
Podemos tentar reduzir o outro a uma entidade conhecida ou podemos assumir seu mistério persistente.
Quando resistimos ao impulso de controlar, quando nos mantemos abertos, preservamos a possibilidade da descoberta.
O erotismo está no espaço ambíguo entre a ansiedade e a fascinação. Continuamos interessados no parceiro, ele nos diverte e somos atraídos para ele. Para muitos, renunciar `ilusão de segurança e aceitar a realidade de nossa insegurança fundamental é um passo difícil.
"Somos contradições ambulantes, buscando segurança e previsibilidade por um lado e gostando de diversidade por outro". (Esther Perel)
AS BORBOLETAS...
Convido você a pensar sobre questões fundamentais para o ser humano. A maioria de nós está em constante busca de viver bem, de usufruir da vida e de nos desvencilhar da solidão.
Nossa história nos formou. Somos quem somos devido aos sistemas dos quais fazemos parte.
Ao mesmo tempo que ansiamos por um amor verdadeiro, que nos traga segurança, proximidade e cuidado; também desejamos viver paixões que nos revigorem, que acordem nosso desejo, que faça nossos corpos suspirarem.
O erotismo também é uma parte essencial de nós. É a propulsão de vida, o exalar da essência humana, a descoberta de si mesmo. Ele requer distanciamento, mistério, busca o inusitado, a espontaneidade, o perigo, o inseguro...Busca o encontro e o desencontro, ao mesmo tempo.
Falariam o amor e o erotismo duas línguas distantes? Em que etapas do caminho eles podem se cruzar? Pode uma relação estável manter acesa a chama do desejo após muito tempo? Conversaremos sobre estes e outros temas...
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